quarta-feira, 2 de março de 2011

Ambulante salva recém-nascido jogado pela mãe em matagal

EM CASTANHAL
Bebê ainda estava com cordão umbilical enrolado no corpo
CASTANHAL
Do Correspondente
Um recém-nascido que foi jogado dentro de um igarapé seco foi salvo por um ambulante que ouviu o choro da criança, ainda com o cordão umbilical. O bebê, do sexo masculino, foi encontrado por Valdir Fernandes, no momento em que, por volta das 5 horas de ontem, ele se dirigia ao banheiro da sua casa, localizado nos fundos do seu terreno, na ocupação Olho D’Água, próximo ao conjunto Rouxinol, periferia de Castanhal. Valdir ouviu o choro, procurou saber de onde vinha o som e, com a ajuda da lanterna do seu celular, encontrou o recém-nascido no fundo de um igarapé seco. A criança estava nua e ainda com o cordão umbilical enrolado no seu corpo.
O ambulante pediu ajuda a uma vizinha e a mulher providenciou um pano para cobrir o bebê. Em seguida eles telefonaram para o Centro de Integração de Operações de Castanhal, cujos policiais acionaram a viatura 5312, na qual estavam a cabo Leia e o soldado Bruno. Uma ambulância do posto de saúde do bairro da Jaderlândia foi acionada e levou o recém-nascido para o Hospital Municipal de Castanhal.
Também avisada do ocorrido, a conselheira tutelar Sônia Marilene foi ao hospital onde o menino estava e decidiu solicitar a transferência da criança para o Hospital Francisco Magalhães, o único em Castanhal que possui uma Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) neonatal.
Segundo a enfermeira de plantão Idalina Magalhães, o menino deu entrada na UCI por volta das 9 horas de ontem. Examinado, constatou-se que ele nasceu com cerca de 38 semanas de gestação e apresentava desconforto respiratório precoce e escoriações na face, tórax e na região dorsal, possivelmente por ter sido jogado para o local onde ele foi encontrado', deduz a enfermeira. O recém-nascido, então, recebeu oxigênio através de um capacete, antibiótico, porque corria risco de infecção, e 'um aporte calórico (soro e glicose), para hidratá-lo'.
A conselheira tutelar Sônia Marilene levou Valdir à Seccional da Jaderlândia, para fazer a ocorrência policial. Ela também teve que tomar a iniciativa, que caberia à Polícia Civil, de fazer um levantamento nos postos de saúde da área onde o recém-nascido foi abandonado, para tentar identificar a mulher que jogou o filho vivo no matagal. Na seccional, quem registrou a ocorrência foi o delegado de plantão Roberto Pereira Gaspar, que depois encerrou seu expediente e foi embora. Procurada pela reportagem na tarde de ontem, a delegada de plantão Elielza Braga disse que 'uma equipe estava investigando a situação na área onde ocorreu o abandono do recém-nascido. O delegado titular da seccional, Délcio Santos, confirmou o que sua companheira afirmara.
SOLIDARIEDADE
Assim que souberam do caso, algumas pessoas começaram mandar fraldas e outros produtos para serem usados pelo recém-nascido. Foi o caso dos estudantes Vitor Paiva e Ítalo Guilherme Santos, que levaram fraldas. Casado e pai de um filho, Vitor disse que tentava encontrar uma explicação para uma mãe abandonar o filho minutos depois dele nascer. Já no Hospital Francisco Magalhães, na verdade a primeira casa do menino abandonado, ele recebeu o nome de José Expedito Magalhães, fundador daquele estabelecimento de ensino, já falecido. Algumas pessoas queriam que ele se chamasse Giovani, para homenagear o cardeal Giovanni Batistti Re, que esteve no final de semana em Castanhal para participar da inauguração da Catedral Santa Maria Mãe de Deus, sede da Diocese de Castanhal.

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