De acordo com o delegado responsável pelo inquérito, Rogério Moraes, a única peça que falta para a conclusão do processo é o relatório final, onde deve ser informado se os dois serão ou não indiciados. Até o momento, apenas o engenheiro calculista da obra, Raimundo Lobato, foi indiciado. Ele vai responder por homicídio culposo e lesão corporal.
O primeiro a depor foi Carlos Otávio Junior, que falou por cerca de duas horas. Logo após, foi a vez do pai dele depor. 'Nós respondemos tudo baseado nos três laudos estruturais, que acusaram erro no cálculo estrutural como única e exclusiva causa do acidente', afirmou o dono da empresa. O laudo oficial foi divulgado no dia 15 de abril, pelo Centro de Perícias Científicas Renato Chaves e comprovou que a causa do desabamento foi erro no cálculo estrutural.
Os depoimentos foram acompanhados pelo advogado da empresa, por dois promotores do Ministério Público Estadual e pelo delegado Rogério Moraes. De acordo com o advogado criminal da empresa Real Class, Roberto Lauria, a construtora não é responsável pela causa do acidente. 'A empresa contratou o Raimundo Lobato e ele elaborou todo o projeto e a Real Class apenas o executou. Além disso, os engenheiros executores não têm obrigação de fiscalizar o projeto do calculista', afirmou o advogado.
'Nós construímos um prédio em que o único desacordo era a espessura dos estribos. Em 2003 foi sugerido pela norma que o tamanho deveria ser 5.0, mas o calculista não atendeu a sugestão e usou do tamanho 4.2', relatou Carlos Otávio, o pai. Em depoimento na semana passada, o engenheiro calculista afirmou que a decisão de ter usado esse tamanho era para diminuir os custos da obra. Os engenheiros executores negam essa informação. 'Isso é uma leviandade. Estamos falando de uma economia de R$ 200 para um empreendimento de R$ 20 milhões', ressaltou o dono da Real.
Segundo o advogado da empresa, um orçamento informando os preços dos tamanhos dos estribos foi entregue à Polícia para comprovar que não há diferença nos valores. O delegado, no entanto, disse que não recebeu esse orçamento, apenas foi dito em depoimento. 'Nós não recebemos nenhum orçamento, mas eles disseram durante o depoimento. Nós vamos investigar e ver se confere essa informação', afirmou.
O relatório final deve ser concluído até o final da próxima semana e será encaminhado para o Ministério Público Estadual.
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