terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Infraestrutura pede atenção redobrada

Hoje, nas cidades, é impossível se pensar em comercializar loteamentos sem infraestrutura de águas profundas (pluviais), meio-fio, asfalto e, principalmente, tratamento de água e esgoto. Sem esses requisitos é temerário adquirir lotes nesses empreendimentos. Na maioria das vezes, o cliente chega e vê apenas uma capa de asfalto, mas que tem muita lama embaixo. Esse tipo de empreendimento, depois de pronto, pode virar uma “favela a céu aberto”, alerta um experiente consultor imobiliário da região de Castanhal. “As empresas que comercializam esses lotes precisam entregá-los com toda essa infra, que não é tão cara assim, repassando o custo ao comprador, que não terá dor de cabeça depois. Dessa forma, os cofres públicos também não são onerados, já que a demanda para esse tipo de trabalho é grande em várias áreas das cidades”, aconselha.
O problema é que muitas prefeituras continuam aprovando esse tipo de projeto sem estrutura básica, o que mais tarde acaba se revertendo em gastos para o próprio poder público. “Muitas empresas surgem com projetos com o apelo do preço baixo e com uma prestação pequena. Os clientes precisam ficar atentos porque daqui a pouco podem ficar sem condições de pagar essas parcelas devido aos juros e correções que virão embutidos. Ou seja, é um produto de baixa qualidade que se tornará caro. Isto é a indústria de tomar lotes: a pessoa fica inadimplente, perde o lote e as quantias pagas”, ressalta.
Ele cita como exemplo a cidade de Castanhal, que vem experimentando um incremento no setor imobiliário nos últimos meses. A cidade possui apenas 18% da sua extensão territorial drenada. “Vários empreendimentos vêm surgindo nessa área que não é drenada, condenando os futuros compradores a viverem na lama. Precisamos ver ainda como se posicionam os organismos que controlam o meio ambiente no Pará. Onde está a Secretaria de Estado de Meio-Ambiente que não embarga obras desse tipo?”, questiona o consultor.
Recentemente, foi lançado um loteamento em Castanhal, na PA-320, na saída para São Francisco do Pará, que apresenta todos esses problemas. “Essa construtora oferece lotes com parcelas a partir de R$ 79,00. Fomos ao local e vimos que a área está apenas com uma tintura asfáltica e aterrada, mas sem qualquer infraestrutura de águas pluviais, esgoto ou água tratada. É uma temeridade alguém fazer negócio com esse tipo de empreendimento, todo maquiado. Onde está o Ministério Público?”, questiona o consultor.
Ele aconselha ainda que o comprador, antes de fechar o negócio, peça para que o corretor mostre os projetos das galerias pluviais, tratamento de esgoto e o tipo de asfalto. “Leia o contrato com atenção. Sem isso, comprará gato por lebre e terá muitos problemas pela frente”, alerta.
(Diário do Pará)

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