quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Dengue hemorrágica faz vítima no PSM

DESCASO
Com a forma mais agressiva da doença, homem não recebeu cuidados adequados
YÁSCARA CAVALCANTE
Da Redação
Como se não bastasse o fato de ter de conviver com a sombra de um surto de dengue, a população ainda é obrigada a enfrentar o descaso de quem deveria ajudar a minimizar os riscos. Dona Dulcimar Maria Souza de Almeida que o diga. O marido dela, José Luiz de Almeida, de 54 anos, morreu no último domingo (16), no Pronto Socorro Municipal da 14 de Março (PSM), em Belém, com dengue hemorrágica. Mesmo com quadro clínico grave, o paciente só recebeu a visita de um médico dois dias depois de dar entrada no local, como reclama a família, que ainda enfrentou outro problema: o PSM liberou o corpo de seu José Luiz sem a autorização dos parentes.
O paciente veio de Altamira para Belém no último dia 10, data em que começou a passar mal. Seu José veio acompanhar a esposa, que faz tratamento contra câncer no Hospital Ofir Loyola. Assim, a família não sabe dizer se ele contraiu a dengue em Altamira ou em Belém, no bairro do Bengui, onde ficou hospedado na casa de parentes. A reportagem esteve na rua em que seu José teria sido infectado pelo Aedes aegypti, no bairro do Bengui e os moradores reclamam que há muito tempo as equipes da Sesma não aparecem por lá.
Depois de ficar de cama por quatro dias, com febre alta e fortes dores pelo corpo e na cabeça, o paciente procurou, na noite do dia 6 de janeiro, atendimento médico no hospital Abelardo Santos, em Icoaraci. A esposa dele conta que o atendimento foi péssimo e reclama que apenas na sexta-feira é que uma ambulância o levou até o PSM da 14, onde nenhum médico teria aparecido para dar um diagnóstico preciso. 'Eu achei que fosse uma virose. Estava preocupada porque o meu marido estava muito debilitado. Mas ninguém fazia nada. Ele ficou a noite inteira no corredor. Só enfermeiro é que dava remédio', contou dona Dulcimar.

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