segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Mototáxi serve de disfarce para o crime

Segurança - Falsos profissionais se dedicam aos assaltos e ao tráfico de entorpecentes
DILSON PIMENTEL
Da Redação
Quarenta mototaxistas foram presos em Belém, em 2010, por tráfico de drogas e, também, por 'saidinha', a modalidade criminosa em que clientes são roubados ao sair de agências bancárias. Mas foi o comércio de entorpecentes que levou a maioria deles para o xadrez. Ao serem detidos, eles exerciam a profissão de mototaxista ou, então, usavam o uniforme da categoria, segundo a Polícia. Os investigadores têm informações de que traficantes estão dando motocicletas e armas de fogo para essas pessoas atuarem no mundo do crime.
Outro detalhe: as motos também estão sendo usadas para o 'Disque-Drogas', que existe em todos os bairros. Nesse serviço, o entorpecente é levado até residências, bares e motéis e entregues diretamente aos consumidores. Essas 40 prisões foram realizadas, apenas, por duas unidades da Polícia Civil: o então pelo Grupo de Polícia Metropolitana (GPM), hoje transformado em Divisão de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR), e a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). O que significa, portanto, que o número de prisões é maior, já que os agentes lotados nas delegacias e seccionais também fizeram detenções dessa natureza. O GPM prendeu 30 acusados e a DRE, dez.
Segundo os policiais, esse número vem aumentando a cada ano. E a vantagem para esses profissionais que estão a serviço do crime é a facilidade que eles têm para transportar o entorpecente. No caso dos mototaxistas que funcionam como 'aviões', levando a droga dos traficantes até os usuários, a vantagem é exatamente poder deslocar-se rapidamente pela cidade e misturar-se em meio aos profissionais honestos. Diretor da DRE, unidade vinculada à Divisão de Repressão ao Crime Organizado, o delegado Hennison Jacob Azevedo comenta que esse número vem aumentando com o passar dos anos. E a resposta é exatamente essa: a facilidade que esses profissionais têm para o tráfico de entorpecentes. E, também, a busca pelo lucro fácil - até que sejam presos, é claro.

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