domingo, 20 de fevereiro de 2011

Moradores contabilizam os prejuízos

ALAGAMENTOS - Na baixa do Marco, moradores indagam: de que adianta asfalto sob a água?
Além de prejuízos com a perda de móveis e eletrodomésticos, moradores de vários bairros de Belém ainda amanheceram com suas casas alagadas ontem no Jurunas, Cremação, Canudos e Nazaré. Mas a situação mais grave é a do bairro do Marco, onde centenas de casas nas baixadas das travessas Vileta, Timbó, Mariz e Barros e às margens e redondezas do canal da rua José Leal Martins continuavam debaixo d’água. Os comerciantes da área tiveram que fechar as portas para fazer limpeza e contar os prejuízos. Já os moradores estão indignados com a falta de manutenção e limpeza dos canais e pediram uma solução definitiva para os alagamentos, que agora têm atingido todas as áreas de Belém e causam muitos prejuízos e transtornos. 'Nós perdemos quase tudo aqui, a máquina de lavar, a geladeira, a água foi acima do joelho e o pior são as crianças que acabam ficando dentro d’água, sofrem muito e correm o risco de contrair doenças, todos os anos é a mesma coisa, a gente tá cansada de tanta desgraça', desabafou revoltada a dona de casa Renata Caldas Paes, que mora com a família de cinco pessoas, na Vileta com a passagem Hortinha. Ela disse que vai chegar um momento em que os moradores não irão mais suportar tanto descaso do poder público.
O vizinho dela, José Pedro Mendes Leão, passou a manhã de sábado tirando água suja de dentro de casa, juntamente com a companheira. 'Eu preferia que a rua tivesse sido aterrada do que asfaltada, de que adiantou o asfalto?', interrrogou revoltado. Ele e dona Renata acreditam que só com um projeto para melhorar o escoamento da água pelos canais e uma melhor rede esgoto poderá resolver o problema dos alagamentos na área. Seu Pedro, depois que perdeu móveis e eletrodomésticos, construiu cavaletes e suspende tudo dentro de casa para evitar novas perdas, mas não tem como se livrar da água suja que invade sua residência.
Com trinta anos morando na área, Dora Moraes construiu uma boa casa em alvenaria com piso para escapar dos alagamentos. Mas este ano as duas grandes enchentes invadiram sua casa e ela também está indignada. 'É uma calamidade pra nós hoje, aqui tem casa que vai ficar debaixo d’água durante todo o inverno, enquanto não fizerem um projeto direito no canal da Terra Firme e nas outras áreas aqui a gente vai sofrer, é muito descaso', criticou. Ela contou que durante a chuva de sexta-feira, os moradores que voltavam do trabalho, além de enfrentar água suja até a cintura para chegar em casa, ainda foram vítimas de assaltantes que fizeram a festa na área. As mulheres foram as maiores vítimas.
No Ver o Peso, onde a expectativa era de maré alta, a baía do Guajará não subiu o anunciado e a água ficou rés à calçada. Apenas na 'Pedra’ da Feira do Açaí a água invadiu. A expectativa é que hoje a maré seja bem mais alta e alague o Boulevard Castilhos França.

Nenhum comentário:

Postar um comentário