sábado, 12 de fevereiro de 2011

Três horas e meia de agonia

Quinze passageiros de uma van viveram terror imposto por três adolescentes infratores armados
Três assaltantes, todos de menoridade, foram flagrados antes de entrar em ação, dentro de uma van que seguia viagem para Bragança. Armados com uma cartucheira de fabricação artesanal e um revólver calibre 22, eles tomaram 15 passageiros como reféns, inclusive cinco crianças, quando o veículo foi parado no Km 55 da BR-316, em frente ao posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Aos poucos, os reféns foram sendo liberados e os infratores se renderam após três horas e meia de negociações que também mobilizaram dezenas de policiais de Castanhal, tumultuando o trânsito, desviado porque a van ficou parada no meio da pista. Os adolescentes exigiram a presença de parentes, da imprensa, pediram refrigerantes e cigarros e ameaçavam atirar nos policiais e nos dois reféns que ficaram até o fim da negociação.
No final da tarde, quando o pai de um dos assaltantes, que mora em Outeiro, chegou ao local, levado pela PRF, a situação começou a partir para o desfecho: um dos bandidos, diante do pai, se entregou, e os outros dois fizeram o mesmo, mas antes um deles pediu que o promotor Eduardo Falesi, da Comarca e Castanhal, contasse o dinheiro que ele trazia no bolso. 'Esse dinheiro não é roubado não; entrega ele pra minha mãe', recomendou o jovem. Ciente da sua condição jurídica, ele chegou a ironizar a situação afirmando que 'isso aqui só vai dar papel e caneta e depois ainda vou queimar o papel'.
Segundo o motorista da van, de prenome Denilson, os três garotos entraram no veículo do transporte alternativo na BR-316, em Ananindeua, local conhecido por parada da Transbrasiliana. Pessoas que fazem venda de água e refrigerantes no lugar perceberam que os três estavam armados, e alguns até os reconheceram como assaltantes. Ele avisaram, então, a um outro motorista de van, que conhecia Denilson, e ele ligou para o colega, alertando-o que havia três suspeitos no seu carro. Denilson disse que ainda tentou avisar, usando os faróis da van, policiais da barreira da PRF de Ananindeua, e depois um carro da PM que estava parado na estrada. Mas ninguém entendeu o aviso, supondo que era apenas um cumprimento.

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