sexta-feira, 1 de julho de 2011

Quatro mil escolas sem energia elétrica

Aprender sem a possibilidade de utilização de recursos como vídeos educativos e computadores, mais iluminação artificial. Essa é a situação dos alunos de 3.814 escolas localizadas no Pará. São instituições de ensino estaduais e municipais que não são alimentadas pela rede de energia elétrica convencional e que também não contam com o auxílio de geradores de energia.
As informações, coletadas pelo Censo Escolar, apontam o Estado como o campeão em número de escolas sem energia elétrica.
De acordo com o Censo Escolar, as informações foram fornecidas pelas próprias escolas durante a pesquisa realizada até março do ano passado. Além da grande quantidade de escolas sem fornecimento de energia, o estudo também apontou que 99% delas, no caso do Pará, se encontram na zona rural.
DISTÂNCIA
O fato é confirmado pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc). De acordo com o secretário adjunto de logística escolar da Seduc, José Croelhas, o quadro é decorrente da própria situação histórica do Estado com relação ao fornecimento de energia.
“O Pará é o maior produtor de energia elétrica do país, mas sua distância geográfica dificulta que a energia chegue nos locais mais distantes”, destaca o secretário adjunto da Seduc.
De qualquer modo, ele afirma que os dados apresentados pelo censo não dizem respeito somente às escolas da rede estadual. Segundo Croelhas, das 1.120 escolas sob a responsabilidade da Seduc, 54 não possuem iluminação pública e nem geradores.
“São cinco escolas com gerador e 54 que não possuem energia elétrica”, afirma. “É preciso perceber em que rede essas escolas [apontadas pelo Censo Escolar] estão. Das 3.814 escolas apontadas na pesquisa, 3.753 são da rede municipal, de responsabilidade das prefeituras”.
A presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação do Pará (Undime), Sandra Helena de Lima, admite o problema, mas prefere não comentar os números.
Já a Seduc afirma não possuir orçamento destinado à resolução do problema. “No orçamento de 2011 não consta nenhum centavo para investimento em compra de geradores, por exemplo”, afirma Croelhas. “Estamos fazendo um levantamento para 2012 e está se concluindo o estudo caso a caso”.
O orçamento de 2011 foi aprovado durante a gestão passada, da governadora Ana Júlia Carepa (PT). Enquanto o ano que vem não chega, as crianças que frequentam estas escolas terão que continuar a estudar sem iluminação.
“Essas comunidades não têm aula à noite. O ensino não depende da energia exclusivamente”, minimiza Croelhas. (Diário do Pará)

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