quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Criado grupo para investigar chacina

A Secretaria de Segurança Pública do Pará (Segup) anunciou a criação de um grupo que irá tratar de crimes que tenha a identificação ignorada como é o caso da chacina dos adolescentes de Icoaraci, ocorrida no último sábado (19). O grupo deve auxiliar nas investigações que já estão em andamento com a Divisão de Homicídios.
A decisão foi divulgada em uma reunião que aconteceu a portas fechadas na sede da Segup em Belém, na manhã de ontem. Nela estavam presentes os familiares dos seis adolescentes, o secretário Luiz Fernandes, a diretora da Divisão de Atendimento ao Adolescente (Data), delegada Cristiane Lobato, a diretora de Relação com a Sociedade (DRS), da Segup, delegada Silvia Pedroso, e uma equipe de técnicas e assistentes sociais da Secretaria de Estado de Assistência e Desenvolvimento Social (Sedes).
Conforme o secretário, esse grupo especial deve assumir casos que tenham um tratamento diferenciado para a investigação. “O foco que será dado é diferente, pois será dada prioridade aos casos de homicídios com identificação ignorada”, explicou Luiz Fernandes.
O grupo vai contar com a ajuda de policiais civis e militares da área de inteligência e técnicos do Centro de Perícias Científicas “Renato Chaves”. Representantes do Ministério Público Estadual e Policiais Federais também serão convidados para ajudar nas investigações.
RISCO
Além da divulgação da criação do grupo, o secretário aproveitou para expor aos familiares dos adolescentes quais seriam os novos procedimentos que serão tomados e disponibilizou segurança para os que se sentirem inseguros.
“No decorrer das investigações, se identificarmos que alguém corre risco de morte, vamos ajudar. Se for preciso tiramos até do Estado”, enfatizou Fernandes.
Os familiares que não quiseram se pronunciar diretamente para imprensa, relataram durante a reunião que se sentem bastante inseguros, mas que não estão sendo ameaçados. Por isso, a Segup não divulgou um prazo para finalizar o caso, mas com as pistas em mãos, promete respostas rápidas para a investigação.
Durante o inicio das investigações foi verificado que nenhum dos adolescentes tinha passagem pela polícia, conforme a delegada titular da Data, Cristiane Lobato.Ela que também auxilia nas investigações, comentou que o inquérito corre em segredo de justiça e que as informações de apoio ainda não podem ser reveladas.
“Estamos ajudando na apuração dos fatos e nada pode ser divulgado. Mas o que podemos dizer é que nenhum deles tinha passagem algum pela Data”, explicou.
Esse já é o terceiro caso de chacina no Pará, com repercussão nacional, em apenas cinco meses.
DEPOIMENTOS
Após o fim da reunião na sede da Segup, dez pessoas, entre familiares, vizinhos e policiais militares que estavam no local do crime, se encaminharam até a Divisão de Homicídios no bairro de São Braz para prestar depoimento sobre o dia do ocorrido.
Os primeiros a chegar na Divisão para serem ouvidos, foram os PMs, o cabo Cesar Ubiratan e o sargento Osvaldo Melo. Durante o depoimento, eles relataram fatos sobre o local do crime, as vítimas e o entorno. “Chegamos 20 minutos depois do ocorrido. Ainda prestamos socorro para alguns, mas não tinha mais jeito”, contou o cabo Ubiratan.
De acordo com o delegado responsável pela investigação da chacina, Lenoir Cunha, não é possível adiantar nada sobre o inquérito, pois as testemunhas começaram a ser ouvidas ontem. “Ainda vamos filtrar as informações e assim que chegarmos a uma linha de investigações vamos adiantar algo”, argumentou o delegado. (Diário do Pará)

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