A troca de uma moto por uma vaca teria motivado o assassinato do líder rural de Rondon do Pará, José Ribamar Teixeira dos Santos, o Riba, 49, cujo corpo foi encontrado na manhã do último sábado no acampamento “Deus é Fiel”, antiga fazenda Bela Vista. O acusado e réu confesso, Joseli Feliciano, 21, teria dado o animal para Riba, que se comprometeu em lhe entregar uma moto, o que não teria feito, ascendendo a contenda.
Indignado com Riba, Joseli armou-se de um terçado e foi até a casa da vítima para tomar satisfação. Antes porém, percebeu que a vítima estava sozinha em casa, o que facilitou a ação.
Ao chegar a casa, travou uma discussão e em seguida desferiu os golpes em Riba - o primeiro deles, na face, o segundo, na orelha e o terceiro na jugular, causando a morte da vítima. Após o crime, tranquilamente, Joseli deixou um bilhete em cima do corpo da vítima escrito em letras garrafais: “Você não até mais em ninguém viu”.
Após o crime, ainda de acordo com informações do delegado, Joseli Feliciano lavou o terçado em um igarapé e foi para casa. À noite, jogou dominó com amigos. No dia seguinte, depois que o corpo de Riba foi localizado, confessou o crime ao pai, Jocélio Feliciano.
À polícia, porém, ele relutou em confessar e somente depois de muita conversa com o delegado superintendente da região Guajarina, José Ricardo Batista de Oliveira, contou detalhes de como planejou matar o Riba. Em princípio, a polícia suspeitou de conflito rural, uma vez que a orelha da vítima tinha sido arrancada, o que é uma característica de crime de pistolagem.
Numa investigação mais detida, verificou que o crime foi motivado por uma querela e que há um bom tempo Riba e Joseli se estranhavam dentro do acampamento. Riba era um dos fundadores e líderes da área onde residem mais de cem famílias.
Joseli Feliciano foi ouvido em Rondon nesta segunda-feira e foi transferido para Dom Eliseu onde aguarda julgamento.
REPERCUSSÃO
A Comissão Pastoral da Terra (CPT) em Marabá lamentou a morte do agricultor José Ribamar Teixeira dos Santos. José Batista Afonso, advogado da CPT, ressaltou que o que chama atenção no caso da morte do agricultor é a necessidade de segurança, não só na zona rural, mas na zona urbana do município. “Os crimes devem ser investigados e os culpados, punidos”. O DIÁRIO tentou contato durante a tarde de ontem com representantes da Federação dos Trabalhadores na Agricultura, sem sucesso. (Diário do Pará)
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