quinta-feira, 16 de junho de 2011

Justiça decreta mais três prisões


PREVENTIVA
Dois estão presos. Foragido, Sérgio Duboc é procurado pela polícia.
KEILA FERREIRA
Da Redação
José Carlos Rodrigues de Sousa, sócio-proprietário da empresa JC Rodrigues (Croc Tapioca), e Sandro Rogério Nogueira Souza Matos, membro da Comissão de Licitação da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), estão atrás das grades. Eles foram detidos por volta das seis horas da manhã de ontem. Outro investigado por participação em esquema fraudulento de licitações na Assembleia, Sérgio Duboc, ex-diretor financeiro da casa, está foragido. A prisão preventiva dos três foi requerida pelos promotores de justiça Arnaldo Azevedo e Milton Menezes e decretada pelo juiz Pedro Sotero, da Vara de Inquéritos e Medidas Caulateres.
Gravações de áudio (veja trechos das conversas na página 3) encontradas na casa de José Carlos, durante a última operação de busca e apreensão, no final de maio, motivaram o pedido de prisão. O material revela um jogo de chantagens, intimidação e tentativa de ludibriar as investigações feitas pelo MP. 'Essas gravações foram feitas com o objetivo de obstruir a ação do Ministério Público. O Sandro faz ameaça a José Carlos dizendo que, se ele aceitar a delação premiada, as portas do setor comercial de Belém se fecharão para ele. Ao mesmo tempo, se vê José Carlos vendendo o silêncio', informou o promotor Arnaldo Azevedo. Além disso, ficou claro que o grupo estava tentando montar um acordo e combinar o que deveria ser dito nos depoimentos. 'O que havia era complô para se formar um bloco único de defesa falando a mesma coisa', disse Azevedo.
FALSIFICAÇÃO
Vários trechos das gravações apreendidas confirmam isso. Em um deles, Sandro diz que Sérgio quer fazer uma unidade de defesa, uma vez que só existem 'provas cabais' no que diz respeito à falsificação de nota fiscal. 'E se a Daura (Daura Hage ex-membro da comissão de licitação da Casa e ex-mulher de José Carlos) chegar lá e, na base da pressão do Ministério Público, Justiça, o cacete, ‘não, existia também um esquema de licitação, havia isso, aquilo e tal’. E aí?', questionou o dono da Croc Tapioca. 'É a palavra dela contra a do grupo. Qual é a moral que ela vai ter?', responde Sandro.
Os promotores acreditam que as conversas entre José Carlos e Sandro foram gravadas pelo próprio José Carlos há cerca de 15 ou 20 dias. Um dos sinais disso é o fato de, em alguns trechos, eles comentarem sobre notícias que saíram recentemente na Imprensa.

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