sábado, 25 de junho de 2011

Religiosos denunciam o tráfico humano no Pará

 "Falta vontade política". Essa foi a afirmação do padre Ricardo Rezende, fundador do Movimento Humanos Direitos (MHuD) e coordenador do Grupo de Pesquisa Trabalho Escravo Contemporâneo da Universidade do Rio de Janeiro, ao falar sobre o combate ao tráfico humano no Pará, ontem, durante a abertura do Seminário Sobre Tráfico de Pessoas, evento que prossegue até amanhã, no Hangar, em Belém. Uma das maiores referências nacionais sobre o assunto, ele enfatizou que é preciso implementar, com urgência, o Plano Estadual de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, porque só assim será possível efetivar ações e medidas para prevenir e combater esse tipo de violência, que inclui a exploração sexual e trabalhos forçados, entre outros.
CRIMES
O assunto foi debatido em seminário que reúne ativistas

O fundador do MHuD lembrou ainda que, especialmente no Pará, a situação do tráfico humano é delicada, devido a sua intensidade e persistência. "A população aumenta em torno de 300 mil por ano e a quantidade de polícias para proteger essas pessoas não. Além disso, é preciso além de aumentar o contingente, de melhorar a sua qualidade, pagar melhor esses policiais. Aqui o tráfico de pessoas espanta pela sua intensidade e persistência, sem que haja respostas do governo para isso", disse, lembrando que o governo do Estado ainda não assinou o decreto que institui o Plano Estadual de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.
Rezende ressaltou ainda crescimento do assassinato de pessoas marcadas para morrer. "São mortes anunciadas sem que ninguém faça alguma coisa por elas", afirmou, fazendo uma clara referência ao casal de ambientalistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva, mortos em uma emboscada, em Nova Ipixuna, no sudoeste do Pará.

Nenhum comentário:

Postar um comentário